Páginas


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cadê a Graça?!...

Maria da Graça têm 20 anos, acorda às cinco da manhã e trabalha em um telemarketing, e para completar a renda, no período da tarde-noite faz faxina; têm um filho de 4 anos que só consegue vê-lo dormindo e que nem se lembra mas de como é a sua voz. Conta vagamente com a ajuda da sua exausta mãe que também exerce a mesma função para seu filho, e raramente cumprimenta seu pai que “rala” tanto quanto ela...

No malabarismo da vida parece que o público com os seus despertadores torcem para que o malabares se desequilibre; seu sono não é um descanso, e sim um desmaio, uma quase morte, e o seu despertar uma obrigação de ressurgir das cinzas como uma Fênix num ajuntar de cacos contínuo. Graça gostaria de se retirar deste picadeiro imposto pelo destino.

No entanto faz tempo que a Graça não se encontra neste mundo que não dá nada de graça, e porque um abraço amigo é tão raro e tão caro!

Existe um toque mágico em Graça que têm a capacidade de desaparecer entre os impossíveis espaços apertados de ônibus e metrôs, e ao mesmo tempo tornar um em um milhão, e multiplicar-se de forma incompreensível, e na luta por ser onipresente ela ouve quase que por heresia falarem em outras graças:

- A graça de Deus;

- A graça do riso;

- A Nossa Senhora da Graça;

- Ouve gritarem que algumas coisas estão quase de graça!!!

O que realmente é graça?!... Ela se questiona:

- Graça gostaria de ser misericórdia, de ser sorriso, de ser uma Santa, ou o nome de uma Rua ou Bairro...

No mundo há tantas graças...;

...Tantas Aparecidas;

...Tantas Glórias;

...Tantas Vitórias;

...Tantas das Dores;

...Tantas Auxiliadoras;

...Tantas Socorro;

Na verdade Graça tem tanta esperança, força e espontaneidade para viver; e assim como todas as mulheres, ela devia se chamar: Fé.

Leandro Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário