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quarta-feira, 24 de março de 2010

O óbvio

...Heróis não recebem abraços ou medalhas, nem sempre são vencedores ou compreendidos, heróis sentem um impulso irracional de fazer algo para uma ou mais pessoas que nenhum egoísta faria, mas o normal é “se preservar”. Quase sempre o herói morre por que: não calcula, não mede e nem espera a “boa sorte”. Brota-se um amor a vida que vai além da própria existência...

Heróis não são entendidos porque não seguem as regras, mortos ou vivos recebem honras breves sob o fruto do constrangimento que causam, e são esquecidos...

O que é ausente sempre é desejado e nunca contestado...; ao que se possui, é estranha a conformidade em relação ao que se perde, e rapidamente se transfere o interesse para o “próximo” porvir. O desespero nasce em uma brincadeira da vida, que se assemelha a uma dança das cadeiras, onde o conforto de sentar-se a cada rodada, respirar um pouco e sentir-se um vencedor acalentam o ego; mas até quando sobreviverá baseado em seus instintos?!... Ficar girando em torno de objetivos que lhe propuseram como metas de vida, e preso ao que te ensinaram a pensar; dizem-te: - “É assim que você vai conseguir!...”

Mas você sabe que a ciranda foi feita para produzir eleitos; e um dia, mais tarde ou mais cedo ficará de pé, e não serás condecorado por isso... Acredite!

... Não seja absurdamente egoísta!... Quando verá a necessidade de tornar-se um herói de si mesmo?!... A vida não é um susto.

Leandro Ribeiro
(Homenagem ao "desconhecido" Sr. Jorge Joaquim de Melo de 38 anos de idade, morreu após tentar salvar a vida de dois homens em Caraúbas-RN)

O Baile da Existência

Fui convidado ao baile de máscaras da existência, ao chegar notei que todos usavam na face o medo. O medo é a fábrica dos medíocres iluminados, que por não terem luz própria, crescem na direção de um luminoso (e que por refleti-la parcialmente, acreditam serem capaz de manipular a mesma) mais próximo, estabelecendo um consenso.

O ser luminoso conhece a verdade, e se recusa a deitar no leito da falsa moral e não se cobre com lençol da sensibilidade alheia; que se resume em confiar no que se é (sendo extinto apenas pelo ego daquilo que ainda não é). Lembrando-se que referencias são meras propostas e não existe dor coletiva.

Luminoso, por quanto tempo serás?!...

Leandro Ribeiro

domingo, 21 de março de 2010

O amante da Esperança

Ao crepúsculo de todos os dias, encontro com a Esperança, e com ela durmo . De manhã acordo sem saber como, e ela já foi... , sinto apenas o seu cheiro entre os lençóis e o travesseiro. Até acho que ela tem um envolvimento muito forte com o Amanhã, que se diz seu dono...
Não posso controlar minha Esperança, é minha e ao mesmo tempo de todos à volta. Não posso condená-los por tela também, mas às vezes ela parece ser só minha...; sou casado com a Razão, que me acorda todos os dias me dando um chá de responsabilidade e uma medida de bom senso, ando procurando um sentido para tudo que acontece. Espero nunca sentir saudades da Esperança, e desejo um dia que essa relação por muitos considerada promiscua, resulte numa filha chamada: Sensibilidade.

Leandro Ribeiro

segunda-feira, 15 de março de 2010

Gentileza

Gentileza: Todo o dia vejo o Sol cada vez mais alaranjado e o anoitecer ausente de suas estrelas, meus olhos lacrimejam; não sei se por causa da poeira dispersa no ar ou por ver que gente tem sede de gente, sem gentileza só querem suprir seus instintos. Gentileza já morreu; como um profeta (gentileza gera gentileza) que só recebeu a atenção do concreto frio das pontes do desenvolvimento sem amor, e que teve a sua família de sentimentos mortos queimados no circo da ignorância. Gentileza não conheceu a internet, nem nunca conhecerá essa terra onde pessoas formam perfis com restos imaginários daquilo que são; covardes sem rosto, e olhos que perderam a coragem de se chocarem com olhos alheios..., na verdade Gentileza só queria um abraço...

Leandro Ribeiro

O Tempo, o café e a semente


Quando o tempo se disfarça de amanhã, envelhece e vira nunca, no início ele brinca de esconder o futuro, e com os anos vira fantasma do passado, credor de todas as lembranças...


Nunca estabeleça os sucessos da vida como diademas ou acontecimentos que já se iniciam profetizando-se um fim; fazendo assim, estarás preso aos grilhões do tempo e apunhalado constante e lentamente pelos punhais das horas e minutos, sendo lanhado pelo impiedoso chicote dos segundos em uma tortura agonizante que você nunca saberá quanto tempo exatamente durará.

Brotando um intenso e profundo desejo de estar fora do planeta só admirando a mortal ciranda do tempo!..., mas o interior do homem é um universo de caos, os quais os sentimentos mais simples se afloram, enquanto os verdadeiros se escondem diante das motivações e desejos.

...O tempo é como uma xícara de café sem açúcar: parece pouco; de longe cheira bem; para quem bebe é amargo, que não dá para tomar tudo em um gole só! ...se todo o tempo do mundo lhe for servido em uma xícara de café amargo; você beberia enquanto estivesse quente?... mesmo com risco de queimar a língua?...

Seja sempre harmônico com as sementes de seus sentimentos, para não ter uma árvore no meio da sala!

Leandro Ribeiro