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domingo, 20 de março de 2011

O Grande Irmão que você não vê

O Grande Irmão reúne todos num mesmo convívio (casa, Templo ou crença) e os divide em grupos e os observa vinte quatro horas por dia, todo dia; medindo a todos através do senso comum (o voto do povo).

Será que: “O Homem é a medida de todas as coisas” ou “As coisas são a medida do Homem”?!?...

Como a divindade deve ser a medida de todas as coisas, o Grande Irmão parece ser o Deus da nova ordem, que gosta de pessoas ambiciosas capaz de tudo pela fama, dinheiro e sucesso, e assim como um deus legítimo ele chama a todos, mas escolhe a poucos (mulheres gostosas e homens musculosos), dando uma margem é claro para cota de negros e GLS (e o mais estranho é que os mesmo sempre se autonomeiam representantes do grupo ou grupos, aos quais os outros os classificam), sendo a estes dadas as impressões que nunca são escolhidos por acaso...

Como todo bom deus, ele também tem um confessionário, onde os participantes podem em “sigilo”, votarem em outro integrante que gostaria de mandar para o inferno, ou melhor, “paredão”, alegando se sentirem ameaçados, não terem muita “afinidade” pelo próximo ou terem apenas usado o “coração” para isso; e sair sorrindo para o mesmo.

Quem se importa com a amizade, amor ou solidariedade?!...

Adora evidenciar conflitos, mesquinharias, ressentimentos, intrigas, mentiras e fofocas..., a fim de criar caricaturas da verdade e chamá-las de realidade, e forçar todos a uma escolha, seja ela qual for; o importante para ele é manter as contradições e ambigüidades, assim como a audiência daqueles que se ocupam a segui-lo (sendo pelo Orkut ou twitter), e o devido retorno publicitário de seus investidores.

Está sempre disposto e executar uma “prova da comida”, podendo ser de surpresa uma prova resistência, seja ela física ou psicológica, que por um determinado tempo define a quem ele dará providencia, e quem merece viver com muito, e os que merecem viver só com necessário.

O nome “PROVA” vem a calhar, porque ficamos na dúvida se a palavra apresenta o sentido de Teste ou Exame, ou se “PROVA” tem o sentido de amostra alimentar, que visa consumir aos poucos dos sonhos e ambições alheias. Aos que vencerem o Grande Irmão lhes concederá: visibilidade, sucesso mercantil, êxito empresarial, ascensão social, inserção, reconhecimento e pertencimento.

Em questão de “provas”, ele às vezes ele também ministra a “prova do Líder”, que dá a alguém o direito a expor um dos integrantes ao “paredão”, que submete ao povo a oportunidade de opinar pela absolvição ou eliminação dos indivíduos eleitos (...o povo adora isso!, me lembrando um famoso paredão entre: Jesus x Barrabás), e conseqüentemente, a perca do direito ao “Grande Premio”.

O Grande Irmão não te vê como ser vivente, mas apenas um concorrente disposto às dinâmicas baseadas nas leis de mercado: simplificação, seleção e exclusão.

Sendo o Grande Irmão uma construção humana, a técnica acaba sendo a medida do homem e de todas as coisas, isto é, artificial ou não-natural a tecnologia tende a distanciar os humanos da realidade, promovendo entre a realidade e a virtualidade um antagonismo que aumenta e se intensifica com seu poderio e sofisticação cada vez maiores. Baseando-se em Jacques Ellul, filósofo francês, digo que: "- O mundo artificial é radicalmente diferente do mundo real [com] diferentes imperativos, diretrizes e leis [de tal sorte que] o mesmo inclina-se a destruí-lo, excluí-lo ou subordiná-lo". No ponto a que ao atingirmos, a tecnologia não só pode sobrepujar completamente inúmeros elementos do mundo real como ameaçar sua existência global. E a menos que o virtual restabeleça algum nexo com o real, parece provável que essa ameaça se concretizará.

Ao que parece é que a identidade de todos está na boca, e que por ela se vive e morre!



Leandro Ribeiro

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